RECORDAR É VIVER

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

MOZART GOMES "O MOZARZINHO", ÍCONE DO FUTEBOL CEARENSE!!!

Biografia de Mozart Gomes, ícone do futebol cearense, será lançada nesta quinta-feira
Mozart foi um dos grandes craques do futebol cearense (Foto: Arquivo O POVO )
Mozart foi um dos grandes craques do futebol cearense (Foto: Arquivo O POVO )
Uma vida intensa, em dois tempos de um jogo único - o do próprio viver. O primeiro tempo se deu nos campos de praças, nos asfaltos das ruas, nos gramados de Norte a Sudeste. O segundo, em bares da Gentilândia à Copacabana, em cabarés do Curral à Lapa, em paixões desregradas por fulanas e no amor definitivo por Baiana.

Os dois tempos, intensamente vividos pelo craque Mozart Araújo Gomes, o Mozarzinho (1939-2009), se enredam e se imortalizam na biografia Mozart - uma Trajetória Inquieta no Futebol. Escrita por Saraiva Júnior, cronista e amigo, a biografia - capítulos de encontros, desencontros e reencontros - será lançada na noite desta quinta-feira.

A trajetória por jogos e noites foi refeita pelo próprio Mozart, em entrevistas realizadas durante caminhadas na praça Argentina Castello Branco (Fátima), 25 anos depois da amizade iniciada no bairro Benfica. “Eu jogava bola na rua do Mozart (rua Adolfo Herbster). Por volta de 68, 69, participei de uma ‘peneirada’ do Fortaleza (clube do craque). E, na juventude, cheguei a tomar umas e outras com o Mozart”, assinala Saraiva.

O glorioso jogador cearense, dono de singulares “habilidade, arrancada e chute potente”, sempre habitou o imaginário dos loucos por futebol. “Quando tinha jogo do Ceará e do Fortaleza, o pessoal vinha de Fusca, de Senador Pompeu (sertão do escritor) para cá, assistir... Tem uma jogada do Mozart que está na cabeça de toda criança: as bicicletas. Ele tinha uma facilidade incrível para dar bicicletas”, sublinha o cronista.

Fama e funcionalismo público

Mozarzinho, irmão do meio-campista Moésio Gomes (1934-1992) e sobrinho do técnico França, já vestia a camisa 11 do Fortaleza aos 16 anos. Entre as décadas de 1950 e 1960, o “canhoto que driblava pelo lado direito” ganhou fama no País do futebol. “Não é exagero compará-lo a Garrincha, o maior ponta direita de todos os tempos , no que diz respeito às jogadas-padrão de ambos”, compara Saraiva Júnior.

O ápice - e a solidão - foi alcançar o Fluminense de Telê, Castilho e Pinheiro, em 1958. Mas o cearense não teve espaço no time. “Não havia amizade verdadeira entre os jogadores. Fiz apenas um amigo, o Altair (lateral-esquerdo)”, contou.

Entre um jogo e o próximo, e entre uma desilusão e outra, Mozart “procurava refúgio na bebida” e nos prostíbulos, contrapõe Saraiva Júnior. De volta a Fortaleza, equilibrou-se em um emprego nos Correios e sossegou no amor de Eugênia Maria (Baiana), da família Nepomuceno, com quem se casou em 1965. Em seu saldo de gols, viveu como escolheu (por pensar que morreria cedo). Intensamente. (Ana Mary C. Cavalcante)

SERVIÇO

Mozartuma Trajetória Inquieta no Futebol
O quê: biografia do craque cearense, escrita por Saraiva Júnior
Quando: lançamento hoje, a partir das 19 horas
Onde: restaurante Parque Recreio (av. Rui Barbosa, 2727 - Dionísio Torres).
Preço: R$ 25

SAIBA MAIS
Livros que narram o futebol cearense

- PV: biografia de uma paixão. Corpo, Alma e Coração do Estádio Presidente Vargas. (2011), de Ciro Câmara e Cláudio Ribeiro

- Futebol Cearense: a História (2011), de Alberto Damasceno

- Presepadas no Mundo da Bola (2003), de Alberto Damasceno

- Futebol Cearense: Retalhos Históricos ( 2007), de Alfredo Sampaio

- Ceará Sporting Clube: um Retrato em Preto e Branco (2004), de Lúcio Chaves Holanda

- Ceará x Fortaleza: Grandes Clássicos-Rei da História (2006), de Airton de Farias e Vagner de Farias

28.02.2013| 08:07

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