RECORDAR É VIVER

domingo, 1 de março de 2015

REGINALDO CARA DE GATO ARTILHEIRO DO PASSADO, TORCE PELOS GOLEADORES DO PRESENTE !!!

Reginaldo Cara de Gato: artilheiro alvinegro do passado torce pelos goleadores do presente

Já veterano, defendendo o Ceará em amistoso comemorativo pelo centenário Alvinegro
Já veterano jogando em amistoso comemorativo pelo centenário do Vovô
Reginaldo Cara de Gato, ex-ídolo de Ceará e Ferroviário, não tem dúvidas acerca do vencedor do Clássico-Rei desta noite, na Arena Castelão. O goleador acostumado a brilhar no maior palco do futebol cearense, nos tempos em que um fosso separava as arquibancadas do gramado, aposta num triunfo tranquilo por parte do Alvinegro: 2 x 0.
 
De fazer gols Reginaldo entende, e ele até arrisca quem vai balançar as redes que, um dia, já cederam aos seus encantos: Magno Alves e Assisinho. A aposta no Magnata se deve a qualidade diferenciada do camisa 11 do Vovô. Afinal, um matador reconhece outro quando o vê em ação. Já a torcida por Assisinho é por solidariedade. “Torço muito pelo Assisinho, por tudo que ele enfrentou no ano passado”, justifica Reginaldo Cat Face. Ele tem razão. Foram tempos difíceis para Little Assis, ano passado. Uma transferência conturbada ao deixar o arqui-rival Fortaleza, muitas lesões e nenhum gol marcado, durante os torneios que o Alvinegro disputou, marcaram a temporada do atacante.
 
Os tempos são outros, e Reginaldo só quer que Assisinho mantenha a boa fase (foram oito gols marcados este ano) honrando a mística da dinastia dos atacantes matadores em Porangabuçu.
 
Goleadores natos, inclusive, são uma frustração para Cara de Gato. Para ele, faltam matadores, sobretudo no futebol cearense. Na opinião do ex-goleador, hoje com 41 anos, no futebol atual predomina a força física e a ocupação de espaços. Atacantes com pouca movimentação ou sem técnica não têm muita chance. “Falta treinar melhor esses fundamentos na categoria de base”, critica.
 
Por falar em categoria de base, Reginaldo mantém uma escolinha de futebol no bairro José Walter. É lá que leva crianças carentes das ruas do bairro para o campo onde ensina os fundamentos do esporte com o qual ganhou a vida e sustentou os filhos. Quando não está com os meninos no campo, pode ser encontrado na distribuidora de bicicletas, na qual é sócio com uma irmã.
 
Dos tempos de atleta profissional ficaram as boas lembranças e alguns dissabores. Entre os momentos inesquecíveis, Reginaldo lembra três que continuam vivos na sua memória afetiva. Ele puxa o seu Sanmsung Galaxy, e mostra, orgulhoso, os lances que considera parte preciosa do seu legado como jogador. Um drible desconcertante em Fábio Baiano, volante do Flamengo, pela Copa do Brasil, em 2003. Outro lance é um gol marcado contra o Fortaleza, num Clássico-Rei, naquele mesmo ano. Mas ele fica orgulhoso mesmo com uma partida contra o Tricolor vencida por 2 x 0. Ele nem fez gol, mas nem precisava. “A mídia tava dando toda a atenção para o Fortaleza e deixando o Ceará de lado. Santana e Fábio Jr foram lá e calaram a boca de muita gente”, relembra.
 
Também houve coisas ruins que deixaram marcas em Reginaldo. O jogador que brilhou em equipes medianas dos futebol grego e espanhol, não teve um final de carreira feliz. “Eu nem digo que me aposentei, quem me aposentou foi o Araçatuba-SP”, brinca. Aos 36 anos, em 2009, foi jogar o Paulistão pelo clube, mas ficou somente um mês e meio. Recebeu um cheque de 30 mil reais, referente a salário e pagamento de luvas.
 
Ao chegar em Fortaleza, uma triste surpresa. O cheque não tinha fundos. “Foi aí que eu me desiludi mesmo e resolvi pendurar as chuteiras”, conta. As boas experiências e os dissabores servirão ao filho Lucas, 13 anos. Atacante como o pai, quer trilhar os passos sedimentados pelo exemplo que tem dentro de casa. Já há interessados no aspirante a artilheiro. Reginaldo confidencia que o Ceará já convidou o menino para treinar na escolinha do clube, no CT Luís Campos em Itaitinga. Parece que o Alvinegro confia na linhagem Cara de Gato para garantir gols e títulos no futuro
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