Romário é 11: Os técnicos que marcaram o Baixinho
- O artilheiro dos 1002 gols colecionou adoradores e desafetos no futebol. E com os seus treinadores não foi diferente...
Joel Santana e Romário, no Vasco de 2001 (Foto: Ralff Gebara)
Romário sempre deixou claro o que gostava e o que não lhe agradava fazer dentro de campo. Por isso, o Baixinho colecionou adoradores e desafetos no futebol. E com os seus treinadores não foi diferente, como foi o caso de Alexandre Gama, que o colocou no banco no Fluminense. O Baixinho quase o expulsou do "ônibus" tricolor. O sétimo capítulo da Série "Romário é 11" trata de outros 11 técnicos marcantes da carreira do artilheiro dos 1002 gols e de um gênio às vezes indomável.
Os técnicos mais marcantes da carreira de Romário
1- Edu Coimbra
- Edu Antunes Coimbra, o maior ídolo da História do América, e irmão de Zico, maior jogador da História do Flamengo, foi quem teve a "responsabilidade" de proporcionar ao Baixinho a sua primeira oportunidade entre os profissionais do Vasco, no Campeonato Brasileiro de 1985. No segundo tempo do confronto diante do Coritiba, que viria a ser o campeão daquele ano, em São Januário, Romário entrava em campo substituindo Mário Tilico. O Vasco venceu por 3 a 0, com dois gols de Roberto Dinamite e um de Vítor.
2-Carlos Alberto Silva
- Romário já era tido como a grande revelação do futebol brasileiro e faria a sua primeira participação relevante com a Seleção em 1985, no Mundial sub-20. No entanto, o Baixinho foi cortado da competição pelo técnico Gilson Nunes, sob a acusação de indisciplina. Com isso, foi Carlos Alberto Silva, técnico que conduziu o Guarani ao seu primeiro e único título do Campeonato Brasileiro (1978), que apostou no Baixinho pela primeira vez.
Romário foi convocado para defender a Seleção principal em 1987. Após estrear com dois gols contra a Finlândia, o Baixinho é chamado para a Copa América daquele ano, mas assiste a derrocada da Seleção no banco de reservas. No ano seguinte, nas Olimpíadas de Seul, na Coreia do Sul, Romário é titular e leva o Brasil à final do torneio. A Seleção é superada pela União Soviética e fica com a prata. Romário, artilheiro do torneio com seis gols, é contratado pelo PSV, da Holanda.
3-Sebastião Lazaroni
- Se Romário pouco pôde fazer na Copa América de 1987, o Baixinho seria o grande personagem da edição seguinte, a de 1989, disputada no Brasil. Foi o camisa 11 que conduziu o Brasil, então comandado por Sebastião Lazaroni, ao título da competição, quebrando um jejum que durava 40 anos.
Romário foi decisivo na Copa América de 89, mas o mesmo não pode se dizer na Copa de 1990, na Itália. Às vésperas do Mundial, o Baixinho sofreu uma lesão, mas se recuperou a tempo de jogar o Mundial. No entanto, Lazaroni, que foi técnico de Romário no Vasco, escalou o atacante como titular apenas na última partida da primeira fase, contra a Escócia. A Seleção seria eliminada na fase seguinte, para a Argentina de Maradona.
4-Guss Hiddink
- O holandês, que hoje comanda a seleção da Turquia, foi o primeiro treinador de Romário no PSV. O ex-atacante considera Hiddink um dos grandes responsáveis pelo seu sucesso no futebol holandês. Com Hiddink, Romário conquistou o Campeonato Holandês de 1988-1989 e a Copa da Holanda em 1988-1989 e 1989-1990.
5-Johan Cruyff
- Cruyff, o maior jogador holandês de todos os tempos, foi o treinador de Romário em sua passagem pelo Barcelona, em 1993 e 1994. Foi ele que proferiu a mais do que célebre frase sobre o Baixinho: "Ele é o gênio da grande área". Com Cruyff no comando, 0 levou o Campeonato Espanhol de 1993-1994, a Supercopa da Espanha de 1994 e o Tereza Herrera de 1993.
6-Carlos Alberto Parreira
- Em grande fase no PSV e depois no Barcelona, Romário não gozava de tanto prestígio com Carlos Alberto Parreira, então técnico da Seleção Brasileira. No entanto, com o Brasil tendo de vencer o Uruguai, no Maracanã, para não ficar de fora da Copa de 1994, Parreira se rendeu ao clamor público e convocou o Baixinho. O camisa 11 teve uma atuação de gala, marcou os dois gols da vitória brasileira e garantiu a Seleção no Mundial dos Estados Unidos. Já na Copa, Romário chamou a responsabilidade para si, apagou a sua frustração da Copa anterior e "ganhou sozinho" o Mundial de 1994.
7-Zagallo
Romário e Zagallo, nos tempos de calmaria (Foto: Divulgação)
- Zagallo também comandou Romário na Copa de 1994, quando era auxiliar técnico de Parreira. Já em 1997, como técnico, foi com o Velho Lobo que o Baixinho conquistou o seus dois últimos títulos pela Seleção: a Copa América de 1997 e a Copa das Confederações do mesmo ano. A relação dos dois ficaria estremecida em 1998. Após ser cortado do Mundial da França, o Baixinho resolveu "homenagear" Zagallo e Zico (coordenador técnico da Seleção) com a caricatura de ambos na porta de um dos banheiros da sua boate, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A travessura rendeu a Romário um processo na Justiça e a condenação de R$ 380 mil de multa ao Velho Lobo.
8-Antonio Lopes
- Romário nunca escondeu a sua predileção por Antonio Lopes, o seu segundo técnico como jogador profissional. Lopes, que atualmente dirige o Atlético Paranaense, comandou o Baixinho em 89 oportunidades, sempre no Vasco. O Delegado foi um dos grandes responsáveis pelo futebol que o Baixinho viria a apresentar. Para Romário, Lopes foi um dos melhores técnicos que teve na carreira.
9-Joel Santana
- Papai Joel comandou Romário no Vasco, Flamengo e Fluminense. Foram 153 jogos tendo o Baixinho como jogador. E essa parceira rendeu muitos frutos: os títulos do Campeonato Carioca e da Copa Ouro de 1996 pelo Flamengo, da Copa Mercosul e da Copa João Havelange de 2000 pelo Vasco.
O sempre sincero Joel garantiu que jamais teve qualquer tipo de problema com Romário.
- Romário sempre foi a minha bandeira dentro de campo. Nunca tive qualquer problema com ele, que sempre foi muito comprometido. Tanto que comandei ele em três clubes. E fiz isso com o maior prazer. Romário sempre foi um amigo e não escondia nada. Queria ter mais jogadores como ele... Quando tenho a oportunidade, sempre procuro me encontrar com o Baixinho - disse Joel, atualmente no Bahia, ao LANCENET!.
10- Luiz Felipe Scolari
- Felipão comandou Romário em apenas um jogo: contra o Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa de 2002. A relação de ambos ficou estremecida com a não presença do atacante naquele Mundial, que acabou sendo vencido pelo Brasil. O clamor popular pela convocação de Romário era grande, assim como havia acontecido em 1994. Para o Baixinho, Felipão confiou nas pessoas erradas ao não convocá-lo para a Copa.
11- Vanderlei Luxemburgo
- O ano era o de 1995. O Flamengo, em seu centenário, contratara Romário, então melhor jogador do mundo e campeão da Copa de 1994, para formar o "Melhor ataque do mundo" com Sávio e Edmundo. Vanderlei Luxemburgo, que vinha de cinco títulos em dois anos pelo Palmeiras, era o técnico da equipe carioca. Mas Luxemburgo e Romário não se entenderam, o que contribuiu para o fracasso do Flamengo naquele ano.
A série "ROMÁRIO É 11":
> Artilheiro dos mais de mil gols na carreira
> As onze camisas de Romário em mais de duas décadas
> As grandes polêmicas de um Baixinho
> Os parceiros marcantes de Romário
> Língua afiada de um frasista renomado
> As maiores vítimas de um artilheiro
Igor Siqueira e Luiz Signor
Publicada em 07/11/2011 às 11:11
Rio de Janeiro (RJ)
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