Romário é 11: Nem só de conquistas vive um craque
- Episódios que não foram de acordo com os planos do Baixinho
Quem disse que craque não chora? (Foto: Gilvan de Souza)
Por mais genial que Romário tenha sido em campo, ele não esteve livre daqueles dias em que a bola não entrou, o sonho bateu na trave e a conquista foi adiada. A série "Romário é 11" relembra em seu nono capítulo algumas páginas da História que o Baixinho gostaria de esquecer. Mas não pode.
1 - Copa 1990
- “Pode anotar: foi a minha primeira e última Copa do Mundo”. Foi com essa frase que Romário desembarcou no Brasil após a Copa-90. Felizmente o Baixinho não cumpriu a promessa, mas o desabafo serviu para mostrar o tamanho da frustração depois do Mundial. Na Itália, Romário se machucou, ficou na reserva e viu o Brasil de Sebastião Lazaroni ser eliminado para a Argentina nas oitavas de final.
2 - Copa 1998
- Uma das esperanças do Brasil na Copa da França, Romário viu o sonho de jogar seu terceiro Mundial ir para o espaço junto com o músculo da panturrilha. O corte o fez chorar. E ainda criou um mal estar entre o Baixinho e a comissão técnica da Seleção – leia-se Zagallo e Zico. O sonho do penta foi adiado.
3 - Copa 2002
- Quatro anos após o trauma do corte, o clamor popular pedia Romário na Seleção de Felipão para 2002. Na cabeça do povo, um time desacreditado precisava da referência do Baixinho no ataque do Brasil, ainda mais pela incerteza quanto o prazo de validade do joelho de Ronaldo, que ficara de molho por mais de um ano. Só que o relacionamento com Scolari não era dos melhores e Romário, mesmo com pedido de desculpas por episódios de indisciplina, ficou fora da “família” que se tornaria pentacampeã do mundo.
4 - Mundial de Clubes 2000
- Romário vinha brilhando ao lado de Edmundo no ataque vascaíno, que fez vítimas como o poderoso Manchester United e os modestos Necaxa (MEX) e South Melbourne (AUS). Mas na decisão contra o Corinthians, Gilberto e Edmundo desperdiçaram as cobranças de pênalti e impediram que o Vasco de Romário pudesse comemorar o título.
5 - Copa do Brasil 1997
- O Flamengo já tinha deixado para trás dois grandes clubes para chegar à decisão da Copa do Brasil-97: Internacional e Palmeiras. Mas o time capitaneado por Romário parou no Grêmio. A derrota teve um gosto ainda mais amargo porque o título foi perdido com dois empates (0 a 0 no Olímpico e 2 a 2 no Maracanã). Os gols sofridos em casa custaram a taça. Romário até marcou um gol, mas não foi suficiente.
6 - Carioca 1995
- O Rio de Janeiro estava cheio de reis autoproclamados. Túlio Maravilha (Botafogo), Renato Gaúcho (Fluminense) e Romário (Flamengo). O Baixinho já tinha sido o protagonista na Taça Guanabara, mas o título do Carioca acabou nas mãos do Tricolor. Ou melhor, na barriga de Renato, que marcou o gol na final sobre o Fla.
R11 chora na apresentação no América ao lembrar-se do pai (Foto: Gilvan de Souza)
7 - Nunca ter jogado pelo América com Seu Edevair ainda vivo
- O Mequinha foi o amor da vida do pai de Romário, Seu Edevair. O Baixinho prometeu que um dia jogaria no time do coração do pai. Infelizmente, o mentor de Romário morreu antes que o sonho se realizasse. O Baixinho, já como dirigente do time carioca, entrou em campo uma única vez com a camisa vermelha: foi em 2009, pela Série "B" do Rio. Pena que foi tarde demais para Seu Edevair.
8 - Doping
- Romário foi flagrado no final de 2007, prestes a completar 42 anos, no exame antidoping. A substância encontrada no organismo do Baixinho foi a finasterida, que teve origem em um remédio para conter a queda de cabelo. A primeira punição do STJD (120 dias) deixou o Baixinho muito aflito e a continuidade na carreira se tornou uma incógnita. Só que passado o susto, absolvição veio em fevereiro e ele nem precisou cumprir a pena por inteiro. Apesar do final feliz, o Baixinho não gostaria de ter passado por isso.
9 - Carreira como técnico
- No início de 2008, o então presidente do Vasco, Eurico Miranda, resolveu apostar no Baixinho como treinador da nau vascaína. Romário havia comandado o time em algumas partidas na Sul-Americana do ano anterior. O Baixinho foi “supervisionado” pelo auxiliar Alfredo Sampaio, pelo fato de não ter o registro de treinador. Mas a empreitada não funcionou por conta das discussões entre ele e Eurico. Romário queria Abuda, o mandatário Alan Kardec. Romário pediu demissão e deu fim à carreira de técnico.
10 - Prisão por não pagamento de pensão
- O Baixinho viveu momentos de instabilidade financeira, com o fracasso de alguns negócios. Quem pagou o preço, ou melhor, não recebeu a pensão foram os filhos Moniquinha e Romário. A conta chegou rápido para o Baixinho, que foi preso. A estadia foi só por uma noite, mas suficiente para causar constrangimento.
11 – Longe das Olimpíadas
- Romário conquistou a medalha de prata em Seul-88, perdendo a final para a União Soviética. Desde então, o Baixinho queria uma nova chance para dar ao Brasil o primeiro ouro olímpico na modalidade em que somos especialistas. Só que em duas edições que Romário tinha como certa sua ida aos Jogos, os treinadores das Seleções optaram por deixá-lo de lado. Primeiro foi em 1996, quando Zagallo usou a cota de três jogadores com mais de 23 anos com Aldair, Rivaldo e Bebeto. A Seleção voltou de Atlanta com o amargo bronze. Quatro anos depois, quando Romário estava em grande forma no Vasco, Vanderlei Luxemburgo radicalizou e nem usou a cota dos experientes. Seleção derrotada por Camarões nas quartas de final. Será que se Romário estivesse com o grupo o desfecho seria diferente? Nunca saberemos.
A série "ROMÁRIO É 11":
> Artilheiro dos mais de mil gols na carreira
> As onze camisas de Romário em mais de duas décadas
> As grandes polêmicas de um Baixinho
> Os parceiros marcantes de Romário
> Língua afiada de um frasista renomado
> As maiores vítimas de um artilheiro
> Técnicos que marcaram a carreira
> Títulos importantes do Baixinho
Igor Siqueira e Luiz Signor
Publicada em 09/11/2011
Rio de Janeiro (RJ)
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